
Mestras e Mestres Grios
Segundo a CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DA UNESCO, de 2003, que considera a importância do patrimônio cultural imaterial como fonte de diversidade cultural e garantia de desenvolvimento sustentável, e sobre a salvaguarda da cultura tradicional e popular, de 1989, bem como na Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, de 2001, e na Declaração de Istambul, de 2002, que conceitua “patrimônio cultural imaterial” como as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural (UNESCO, 2003).
Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. (UNESCO, 2003)
Mestres Grios podem ser considerados bibliotecas vivas que através da oralidade, transmitem saberes, memórias e práticas ligadas à ancestralidade dos grupos que se originam. Da mesma forma que utilizamos diversas palavras e expressões advindas de outras línguas e povos, a palavra grio se remete à tradição oral africana, especialmente nas sociedades do noroeste africano, em que a oralidade (e não a palavra escrita) é o principal meio de manutenção das culturas.
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A palavra griô tem sua origem em bamanan (língua do noroeste da África, antigo império do Mali) e o seu significado é: “o sangue que circula”. Os griôs são como trovadores ou menestréis, considerados agentes que dão continuidade à cadeia da transmissão oral, fazendo circular os saberes tradicionais. (CEACA, 2020)
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Fontes:
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BÂ, A. H. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph. História geral da África, Vol. I. São Paulo: Ática-Unesco, 1982.
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Mestres Grios. Centro de Estudos e Aplicação da Capoeira CEACA, 2020. Disponível em: https://capoeiraceaca.wordpress.com/mestres/
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UNESCO, Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Paris, 17 de outubro de 2003.
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